O que me falta...

Acordei tecendo pensamentos em formas de lembranças e me contive em  memórias muito melancólicas, porém, importantes e fortes.

Sabe... nunca tive problemas em fazer novos amigos, meu maior problema era manter manter os ja conquistados.

Lembro-me com saudades do ano de 2000 sempre tivemos aquela crença que ele acabaria (era engraçada muitas pessoas se programando pra morrer rs)

Enfim, esse ano foi um ano propulsor pra minha vida. Tive muitos amigos e alguns inimigos também!

Recordo de um em especial: Diego

O Diego era um cara muito introspectivo, falava sempre o necessário não se excedia em maneiras.

Nos conhecemos um ano antes mas não tivemos a oportunidade de conversar e celebrar assim uma amizade
Por fim, estudávamos de manhã e morávamos no mesmo bairro era inevitável uma aproximação, ficamos amigos.

Diego era muito calado, não era super inteligente, mas era funcional, dedicava-se apenas ao necessário. Copiava rápido (letra de médico) e tirava notas medianas. Era minha única dupla para trabalho e provas em duplas.Geralmente nunca sabia muita coisa mas sempre tinha algo a dizer só bastava ter alguém pra ouvir.

Diego nunca se auto-promovia, trabalhava com o pai repondo gramas na praça. Ele era muito simples no falar e humilde no trato.

De segunda a sexta ele sempre me chamava pra ir pro Colegio ( se não fosse por ele perderia o horário sempre) Tinha uma bike e podia chegar em 15 min na escola, contudo, preferia ir muitas das vezes ir a pé ou me acompanhando em cima da bike, enquanto eu corria pra manter a forma. (sempre fui metido a atleta hasuasa)

Ele era meu melhor amigo não por falta de escolha mas por reconhecimento.

No futebol nos devamos muito bem. Eu sempre fui muito habilidoso(fominha) mas o Diego era comedido sempre  cobria a defesa pra eu ir ao ataque e nunca prendia a bola. Jogava para o time e com o time, enquanto eu levava todas as glórias como atacante.

Toda segunda nos encontrávamos para falar do fim de semana. Nosso horário de entrada no Colégio era as 7h da manhã mas chegávamos sempre 1h antes pra conversar e jogar bola.(eu sempre tinha mais a dizer rs)

Diego falava pouco de si, e muito  menos da sua família, em raras excessões reclamava de algo ou da vida sempre estava alegre. Quem o conhecia bem, sabia o quanto escondia muita graça dentro de si.
Era muito pragmático e organizado fazia de tudo para sair mais cedo no Colegio (posteriormente adquiri esse hábito)

Como nada é pra sempre... Pela primeira vez Diego me falou de um caso amoroso depois de ter ouvido tantos meus.Ele falava dela com paixão, com desejo, mas era tímido e inseguro demais pra tentar algo diferente.

A história dele não desenrolou  por medo e eu por egoísmo acabei ficando com a menina sem ao menos respeitar os sentimentos do  meu melhor amigo. Nos distanciamos desde deste dia então.
Já não fazíamos mais trabalhos e provas juntos mesmo assim, ele passava na minha casa só pra me acordar e ir embora.
Paramos de nos falar com freqüência até que no futebol jogamos um contra o outro e por uma infantilidade do momento discutimos e deixamos de falar definitivamente.

Por orgulho nunca mais o procurei e ele também não reclamou. Jamais pedi desculpas a ele por tudo que fiz,
e ele também nunca se interessou por retratação.

Desde que mudei não tive notícias dele, não me despedi e nem mantive contato.

Das pessoas simples e sinceras que conheci esse brother foi um dos mais ilustres sem palavras me ensinou muito a ser: calmo, ouvinte, amigo e me importar com coisas além das minhas vontades

Sinto falta de amizades assim!
Simples mas eficazes